segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Pulsa na Foto: "Pimenta ou melado?"



No parque São Bartolomeu, em Salvador, na Bahia...
Como você quer o queijo? Com pimenta ou com melado?
Como você quer que seja sua vida? Apimentada ou doce? Quer tenha estes dois sabores apenas?
Tem que saber o ponto certo, senão o queijo fica amargo. Tem que saber o ponto certo, senão a vida fica amarga. Não precisamos experimentar coisas ruins durante a maior parte do tempo.
A panela amassada, a brasa queimando, o cheiro do lugar, o som das vozes de diversos cantos do mundo, o tempo a esperar pelo ponto certo...

domingo, 21 de abril de 2019

Pulsa na Foto: A favela dos abusados

Passei a acreditar com mais força que as coisas que desejamos nos são proporcionadas se formos merecedores e tivermos iniciativas. O objetivo de crescimento pessoal provocou em mim a necessidade de quebrar preconceitos. O jornalismo fez aflorar vontade de conhecer histórias reais.
Caminhando pela praia de Copabacana, planejei conhecer uma favela. Seis meses depois, o destino permitiu que eu conhecesse o Morro da Providência com os moradores e ativistas Cosme Felippsen e o Hugo Oliveira. Com eles puder ver e sentir o lado bonito desta realidade brasileira.
O livro O Abusado de Caco Barcelos me ajudou a entender os temores, as dores, os poderes, as forças, as crenças, os valores, as relações de amizade e inimizade que marcam a vida das pessoas que nascem e vivem em favelas. Pelo livro eu viajei em segurança pelas ruas e pelos esconderijos dos lugares onde o tráfico reina. Ouvi conversas que não teria permissão. Fiquei impressionada com a visão de mundo dos próprios traficantes. Senti o cheiro fétido de sujeira e sangue, via as cores escuras, ouvi os gritos de dor e senti medo do ser humano que está em todos os lugares.
O Jornal a Voz da Favela, me fez descobrir a Agência de Notícias da Favela (ANF) e o seu fundador, André Fernandes. Graças as pessoas que pertencem a este mundo, eu pude sentir o perfume, ver as cores vibrantes, ouvir os gritos de alegria e sentir confiança nas pessoas que estão em todos os lugares.
Agora, espero o momento de entrar no Morro Dona Marta e passar pelos cenários do livro. Sei que será um dos momentos mais emocionantes da minha vida. E, como “Deus me pegou no colo”, sei que vai me levar onde que pedir.

domingo, 31 de março de 2019

Pulsa na foto: "Zero Amor"



Eu devia ser punida por ter feito esta foto!
Fiz pra quê? Fiz o quê? Nada!
Pra mostrar a tragédia humana e fingir me importar com isso?
Pra lembrar que há muita gente que sobrevive com “zero amor”?
Eu devia ter vergonha de ter feito esta foto.
Que ela sirva para lembrar do meu egoísmo todos os dias da minha vida.
Que ela sirva para que eu busque aumentar o amor que deve existir dentro de mim!

Avenida Paulista - São Paulo - SP
Data: 30/03/19

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Pulsa na Foto: Profissionalismo

     Seu Francisco conserta sombrinhas e guarda-chuvas há mais de 30 anos. Caminhando pela Avenida Brigadeiro Luís Antonio, em São Paulo, resolvi parar para observar o trabalho dele e conversar. 
     Carinhosamente me mostrou as linhas fortes que compra na Rua 25 de Março, a forma como firma as estruturas metálicas dos guarda-chuvas e o cuidado que tem com os detalhes.
     Quando perguntei porque escolheu fazer este trabalho, ouvi: "Se você quer ter uma renda melhor, conquistar seu espaço, tem que se profissionalizar!"

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Pulsa na foto: Ostentar o que é simples!

Foto: Ana Cristina
Quero falar de um instante da minha passagem pelo Chile que não registrei em fotografias.
Deserto, água, sede do corpo e da alma. Se de viver e sede de aprender. Além da necessidade querer ostentar o que é simples.
Na casa que fiquei hospedada pedi para lavar as minhas roupas. A moradora da casa me deu um galão recortado, não tinha tanque para isso. Podia lavar também na pia do banheiro, mas éramos em onze na casa! Então, coloquei água e fui para o pátio tentar pelo menos tirar a areia das roupas. Enquanto, eu esfregava e tentava torcer, tive que compartilhar a água com o cachorro que estava com muita sede.
Lá não falta água e os cachorros são bem cuidados. É preciso dizer isso.
Acredito que passamos menos calor do que as pessoas que estavam em Criciúma. O sol queima mesmo, mas a gente não sofre com o calor como aqui.
E sobre o frio do deserto? Nem precisei me agasalhar tanto. O frio era igual ao de Criciúma.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Pulsa na Foto: "Por onde o trem passa?"

Mogi da Cruzes, São Paulo
   Vamos até onde podemos ou até onde queremos?
   Falamos sobre o que vemos ou sobre o que imaginamos?
   Somos surpreendidos pelas nossas imagens ou pelas imagens dos outros?
O que se vê pelas janelas é pobreza ou apenas outra forma de viver?
   Isto é um trem ou um ponto de fuga?

sábado, 22 de dezembro de 2018

Pulsa na Foto: "Lágrimas"

Avenida Paulista - São Paulo/SP
     Parei de caminhar pela Avenida Paulista para observar Moisés pintar um dos quadros que assina com o o nome artístico Mozer. Ele olhou pra mim e falou algo como:
     - Assim vamos levando a vida...
     Resolvi perguntar:
     - Você gosta da sua vida?
     Ele convicto me respondeu que ama a vida. Me contou que nasceu na rua:
    - Nasci dentro de uma lata, assim conta minha mãe.
    Perguntei se ela ainda vivia e ele disse que está bem cansadinha numa cadeira de rodas.
    Aquela voz tranquila e o olhar cativante me prenderam em frente ao quadro. De repente, ele começou a conversar comigo e minhas lágrimas corriam intensas. Eu não sabia se ele estava conversando comigo ou se declamava um poema. Parecia que ele estava num palco e eu era a única pessoa na plateia.
    Antes de ir embora, perguntei se ele tinha facebook:
    - Não tenho e nem gosto. Várias pessoas me perguntaram. Não tenho celular, um dia compraram um pra mim, nem sei onde deixei. Não gosto disso.