Passei a acreditar com mais força que as
coisas que desejamos nos são proporcionadas se formos merecedores e tivermos
iniciativas. O objetivo de crescimento pessoal provocou em mim a necessidade de
quebrar preconceitos. O jornalismo fez aflorar vontade de conhecer histórias
reais.
Caminhando pela praia de Copabacana, planejei
conhecer uma favela. Seis meses depois, o destino permitiu que eu conhecesse o
Morro da Providência com os moradores e ativistas Cosme Felippsen e o Hugo Oliveira.
Com eles puder ver e sentir o lado bonito desta realidade brasileira.
O livro O Abusado de Caco Barcelos me
ajudou a entender os temores, as dores, os poderes, as forças, as crenças, os valores,
as relações de amizade e inimizade que marcam a vida das pessoas que nascem e
vivem em favelas. Pelo livro eu viajei em segurança pelas ruas e pelos esconderijos
dos lugares onde o tráfico reina. Ouvi conversas que não teria permissão. Fiquei
impressionada com a visão de mundo dos próprios traficantes. Senti o cheiro
fétido de sujeira e sangue, via as cores escuras, ouvi os gritos de dor e senti
medo do ser humano que está em todos os lugares.
O Jornal a Voz da Favela, me fez descobrir
a Agência de Notícias da Favela (ANF) e o seu fundador, André Fernandes. Graças
as pessoas que pertencem a este mundo, eu pude sentir o perfume, ver as cores
vibrantes, ouvir os gritos de alegria e sentir confiança nas pessoas que estão
em todos os lugares.
Agora, espero o momento de entrar no Morro
Dona Marta e passar pelos cenários do livro. Sei que será um dos momentos mais
emocionantes da minha vida. E, como “Deus me pegou no colo”, sei que vai me
levar onde que pedir.